65% das médias empresas têm sintomas críticos como baixa lucratividade, comoditização, carência de informações para decisão e crise de propósito. Portanto, o objetivo do texto é entender o modelo mental do empresário com relação à aplicação e vivência do método de gestão estratégica e relacioná-lo à lucratividade da empresa que lidera.
O modelo mental significa que cada pessoa tem sua própria realidade, isto é, como percebe o mundo, pensa, sente e dá sentido às suas experiências.Quanto a gestão estratégica, equivale a um conjunto de conhecimentos codificados, cujo foco é a antecipação, diferenciação e obtenção de resultados. Ao efetivar iniciativas para gerar um resultado precisamos sempre de gestão. Envolve algo que não apenas explique o que ocorreu no passado, mas que nos permita também direcionar o futuro.
As inferências sobre modelo mental do empresário em gestão estratégica têm como base a pesquisa de campo realizada em 25 médias empresas familiares, com faturamento anual entre R$ 10 milhões a R$ 80 milhões, de 60 a 250 colaboradores, nos setores de alimentos, plásticos, metalmecânica, vestuário e varejo.
O quadro abaixo demonstra que 65% das médias empresas têm sintomas críticos como baixa lucratividade, comoditização, carência de informações para decisão e crise de propósito. Detalha-se os sintomas críticos da seguinte forma:
- Desconhecimento de métricas, em especial do índice de lucratividade, e fragilidade das informações para tomada de decisões;
- Sintoma de baixa lucratividade, baixa diferenciação e excesso de comoditização nos produtos e serviços;
- Liderança baseada em ações por impulso e fragilidade das ações estratégicas;
- Necessidade de negociar as contradições envolvendo a empresa familiar e a família;
- Fragilidade no alinhamento entre as equipes;
- Baixa maturidade do pensamento estratégico na produtividade das receitas, dos custos e do crescimento lucrativo.
Segundo a pesquisa, há correlação entre os sintomas críticos e índice de lucratividade auferido pela empresa. No caso do modelo de gestão estratégica. Segundo a pesquisa, há correlação entre os sintomas críticos e índice de lucratividade auferido pela empresa. No caso do modelo de gestão estratégica frágil, o índice de lucratividade varia entre 0 e -20%. Extrapolando para a economia capixaba isso envolve aproximadamente 2 mil empresas, PIB de R$ 25 bilhões e 160 mil postos de trabalho.
Para evoluir da fase de gestão estratégica frágil e seus sintomas críticos, as médias empresas necessitam efetivar 4 tipos de inovação: inovação de mentalidades, inovação de gestão, inovação dos processos organizacionais e inovação de produtos e serviços.
A inovação de mentalidade é a mais premente, pois os processos internos de uma empresa são hábitos que se fixam, uma repetição de um ato que se torna regra ou uma atitude espontânea. Por conseguinte, nossas respostas são resultado de pensamento, ou passamos boa parte da vida sem pensar, seguindo hábitos roteirizados? E como mudá-los?
A pesquisa mostra que os empresários percebem a necessidade de desenvolver novas competências para a redução das restrições, com a eliminação dos sintomas críticos. Porém, eles muitas vezes não têm confiança e equipe para formulação e execução de estratégias, assim como lideranças com mentalidades focadas no crescimento lucrativo.
Concluindo, todo organismo que sobrevive e evolui precisa ter competência central de modificar as mentalidades e hábitos ao longo do tempo. Quem quiser durar terá que planejar a mudança e não deixá-la ao acaso.
Rogério Antonio Monteiro
– Doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
– Desenvolvedor de método para o Crescimento Lucrativo nas empresas.